domingo, 19 de dezembro de 2010

Fluxo

Sonhei.
A minha cena era outra.
Aqui é a cria, ou a cena.
Que hei de ser e erguer a soma,
Dessa e daquela outra.
Mas sem aqui estar
Vou-me, sei.
Porém se há
Hei de ver e estar
Em outra cena
N'outra hora
Permenecerá.
Que agora seja pra sempre
Quem ouviria houvesse de estar
Subentendido e abstraido da minha mente
Sempre houve de comigo estar.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Todo mundo passa.

Toda minha tristeza não se expressa em versos ou palavras
Mas toda minha tristeza cabe em uma lágrima
Essa inunda meus olhos pouco a pouco
Dois olhos, úmidos, transbordam a agonia líquida
Composta de água salgada assim como o motivo que o valha
Rompe a barreira dos olhos e toma o terreno da cara
Suave, por fora,vai escorrendo. Por dentro estraçalha

Desgruda da cara e toma o chão
Não soluciona o problema
Mas aliviou a tensão

Depois de chuver
A calmaria chegou
Acabou o choro, a chuva e amor.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sem menos ver teu semblante,
Poderia reconhece-la a milhas de distância
Quem fora e outrora me dissera que tu não existia
Me deixara senão com as garras e afiando a pontaria
Claro, senti-me desafiado, logo inseguro
Senti então a agonia, os pingos das horas e dias -
Despejavam em minha cabeça, gota por gota
Descia, e descia
Escorrendo pelo meu rosto e cabeça
O suor do pescoço à testa, subia
Essa que de ponta me erguia, a agonia
Barreira essa que mais fardo me trazia
Porém, apesar de densa e comprida
No plano material, palpável, não existia
Logo percebi que meu inimigo
Não diferia de meu aliado
A minha conquista
E minha derrota
Ambos do meu lado
E eu já sabia a moral que a história trazia





sábado, 13 de novembro de 2010

Do jeito que tu me olhastes naquele dia percebi logo o que viria
Um encontro assim não acontece todo dia
Se tratava de um encontro de anos de separação e agonia
E quando finalmente nos encontramos, nos olhamos
E logo nos amamos
Cada dia parecia um novo encontro
Cada olhar parecia inédito
Como se a paixão acontecesse todos os dias
E há tempos não me via sorrir daquele jeito
E há tempos você não acordava tão feliz


Quantas vezes vou ter que morrer e renascer para aprender a amar você ?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Refletindo

Andei pensando

O que seria de mim sem as feridas

Que me trouxeram até aqui

Andei planejando

Procurar não achar você

Nos espaços vazios da minha vida

Pensei comigo

O que seria de mim

Sem ti

O que seria de mim

Sem nós dois

E gostei de saber

Que mesmo depois

Continuei aqui

Nada saiu de mim

Se saiu foi por ti

E ficou por ai

Não vou procurar te achar

Nos espaços vazios da minha vida

Veio a certeza

E saiu a dúvida

Quem ficou fui eu

E quem foi ?

Você.

domingo, 3 de outubro de 2010

Subjetividade.

Que
seja.

Ou seja,
Me beija.

Que
veja.

Talvez não
Mas deixa.

Se
enxerga.

Talvez sim
Mas abraça.

Que
vejam.

Certeza sim
Medo não.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Certo dia em frente à escola uma moça bonita vê um rapaz com um cigarro à mão enquanto dirigia:
“Gatinho, pena que fuma.”

Certo dia em frente à escola um rapaz dirigindo vê uma moça:
“Gatinha, pena que julga.”

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Vento e galhos secos, o que os movem? Não vejo o vento, eu só sinto. Mas não significa que de fato tu existas, já que escolhi que existir pra mim é menos do que ver e mais do que sentir. Onde foram parar as folhas secas que um dia estiveram aqui? Resta pra mim senão dizer que essa nunca houve de existir.

Tenho cá pra mim os meus conflitos de existência. Mas mero pensamento não move uma idéia discutível, eu não acho. Quem fui, sou ou serei, pouco importa já que sem demora eu vivo e existo, eu já disse, mas de novo repito. Nem ontem me desprendi nem amanhã me desprenderei dessas letras e versos de medos levianos já que sinto mesmo que sou assim.

Meu guia é o agora.

E estou aqui. Não vou partir. Mas se partir, minhas idéias ficaram, e ainda hei de existir.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Eu

JustificarDormi com a pergunta
E acordei com a resposta

E na cama junto com a pergunta
Falei no seu ouvido: "Quem é você ?"
A pergunta me respondeu: "Sou sua insegurança"
Eu perguntei: "Inseguro porque ?"
Ela não respondeu.

Quando acordei minha mão segurava um espelho.
E a resposta se deu.


sábado, 4 de setembro de 2010


Conseqüências...

De tanto você gritar perdeu a voz.
E eu fiquei surdo.
E com tanto escândalo você está cansada.
Nem ligo mais pra nada.


Fatos...

No entanto, estou de olhos abertos
Vivo e falando, apesar de surdo e apático.
Mas sou apático e surdo de mentira,
Minha apatia é aparente
Minha surdez é fingida.


Situações...

E no teatro você encena sorrisos
Finge gargalhadas
E do seu rosto escorrem lágrimas
Sorte sua que o público não sabe de você
Não sabe o porque.
Que na verdade as risadas são disfarçadas
Tudo não passa de uma farsa
Dentro você chora
E por fora também
Mas eu sei por quem
De tanto gargalhar você chorou
E finalmente sangrou, por dentro.


Escolhas...

Não fui eu quem escolhi fugir
Mas pensar nos meus erros e mudar
Que se faz necessário pra mim
Isso de ter que mudar e partir
Partir de um novo ponto de vista
Eu só me pergunto porque fugiu então ?
O que você vê, sente, e escuta
Não se faz bom suficiente para acreditar ?
Por isso tens que inventar uma nova realidade
De mentira.
De plástico,
Assim você vive,
Um dia derrete.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Morte

Um morto não sente a brisa
A brisa é o tato
O tato é a vida

E o corpo é surdo
A mente finte
Mas tristeza não finda

Não vê o sol
Quanto menos a lua
Frieza é tua
Apático é o frio
E apatia é morte.

Frio, apático e morto
Vazio de alma
Vazio de amor
Vazio de sorte.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fuga

Da realidade
Da sua realidade
Do que é verdade
Dos fatos
Dos medos
De enfrentar os medos
Da responsabilidade

Dos defeitos
Dos seus defeitos

Até quando a fuga
Será sua melhor amiga
Se a fuga de tudo foge
Fugirá então de você
E pra onde você vai fugir ?

domingo, 22 de agosto de 2010

Inércia.

Era pra rir
mas eu to chorando
mas quero sorrir
mas eu estou sofrendo
mas sou feliz
mas estou morrendo
e eu estou aqui
e você nem se lembra
O meu nome
acho que você era a primeira pessoa que eu pensava ao acordar
e a última pessoa que pensava antes de dormir
mas eu fui infeliz em te escolher pra amar
porque você não tinha oque eu eu merecia ganhar
mas isso tudo é conversa do meu coração
que sofreu tudo em vão
não me importa quantas vezes você ia e voltava
porque pra mim eu só sofria e mais nada
então vamos aproveitar que é pra falar de amor
E vou deixar claro o quanto eu te odeio
Pelos dias que declaração eu te fiz
E pelos versos que eu rasguei do meu peito
Do sangue que eu te doei
Das lascas de pele que arranquei
E meus pelos ?
das noites frias que te esquentei
dos socos fortes que eu segurei
Só pra te proteger do mundo
Que sempre te machucava
E eu me machucava por você
E você nem sequer se importava
O que de amor eu te dei
o infinito não sabe te dar
o que de amor eu sonhei
eu jamais poderia sonhar
Mas tudo foi vazio
Ao passo que eu fiquei sozinho
E você está longe de mim
E de volta a sorrir
O idiota fui eu
E não você
Que me deu desprezo e indeferença
E eu convertia tudo em amor pra você.

Vinicius Trindade.